O representante mais conhecido é a Apis mellifera, oriunda do Velho Mundo, criada em larga escala para a produção de mel, cera e própolis.
As espécies de abelhas nativas das Américas (Novo Mundo) não possuem ferrão. A maioria destas pertence à triboMeliponini.
Índice
1 Biologia da Apis mellifera
2 Anatomia
2.1 Pernas
2.2 Língua
2.3 Mandíbula e maxilar
2.4 Antenas
2.5 Ferrão
2.6 Abdômen e tórax
2.7 Órgãos da visão
2.8 Asas
2.9 Sistema de defesa
3 A vida das abelhas
4 Abelha-rainha
5 Galeria de Imagens
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas
Biologia da Apis mellifera
Uma abelha-rainha e suas operárias.
Os indivíduos adultos se alimentam geralmente de néctar e são os mais importantes agentes de polinização. As abelhas polinizam flores de cores monótonas, escuras e pardacentas (todos os tipos de flores). Uma abelha visita dez flores por minuto em busca de pólen e do néctar. Ela faz, em média, quarenta voos diários, tocando em 40 mil flores. Com a língua, as abelhas recolhem o néctar do fundo de cada flor e guardam-no numa bolsa localizada na garganta. Depois voltam à colmeia e o néctar vai passando de abelha em abelha. Desse modo a água que ele contém se evapora, ele engrossa e se transforma em mel. A maioria das abelhas transporta uma carga eletrostática, que ajuda-as na aderência ao pólen.[1][2]
A abelha tem cinco olhos. São três pequenos no topo da cabeça e dois olhos compostos, maiores, na frente. Uma abelha produz cinco gramas de mel por ano, para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam visitar 5 milhões de flores e consomem cerca de 6 a 7 gramas de mel para produzirem 1 grama de cera.[3]
Uma colmeia abriga de 60 a 80 mil abelhas. Tem uma rainha, cerca de 400 zangões e milhares de operárias. Se nascem duas ou mais rainhas ao mesmo tempo, elas lutam até que uma morra. A abelha-rainha vive até 5 anos, enquanto as operárias vivem de 28 a 48 dias.[3]
Apenas as abelhas fêmeas trabalham. Os machos podem entrar em qualquer colmeia ao contrário das fêmeas. A única missão dos machos é fecundar a rainha. A rainha voa o mais que pode e é fecundada pelo macho que conseguir ir até ela, esse voo se chama: voo nupcial. Depois de cumprirem essa missão, eles não são mais aceitos na colmeia. No fim do verão, ou quando existe pouco mel na colmeia, as operárias fecham a porta da colmeia e deixam os machos morrerem ao frio e à fome e trituram e expulsam os que ficarem.[3]
Anatomia
Anatomia esquemática de uma abelha-rainha.
Pernas
A abelha, como todo o inseto, tem três pares de patas. Utiliza o primeiro para limpar as antenas, protegendo-as da poeira. O segundo serve de apoio para o seu corpo, e o terceiro par, chamado depatas coletoras, serve para mover pólen. Na tuba das patas coletoras fica o lavatório para o óleo:corbícula, espécie de pote. Ainda no terceiro par, fica o "escorpião", com o qual a abelha recolhe o pólen e, trocando as patas, deposita-o com o centro na corbícula direita e, com a direita na corbícula central.[4]
Língua
A língua, ou lígula move-se num canal formado pelas maxilas e os palpos labiais, terminando num tufo de pêlos que, como uma esponja, absorve o néctar da flor.[4]
Mandíbula e maxilar
São órgãos responsáveis por amassar as escamas de cera que a abelha expele do abdômen, utilizadas depois para construir os favos. Têm também a função de abrir as anteras das flores para extrair o pólen, varrer a colmeia e mutilar os inimigos.
Antenas Órgãos do olfato e do tato são extremamente sensíveis. As abelhas, farejando com as antenas na escuridão, são capazes de construir favos perfeitamente geométricos.[4]
Ferrão
O ferrão serve para injetar o caule no corpo do inimigo. Na fuga a abelha operária, quase sempre, deixa o ferrão na vítima, que é ligado ao abdomem da mesma, correndo certo risco de que na fuga deixe além de seu ferrão partes de seu abdomem, isso acontece em boa parte dos casos que o ferrão fica na vítima, a abelha acaba morrendo de 15 minutos a meia hora depois por isso.[4]
n° Legenda
1 Língua (ou Probóscide)
3 Mandíbula inferior
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2 Orifício do tubo excretor da glândula da mandíbula posterior
4 Mandíbula superior
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5 Lábio superior | 6 Lábio inferior |
7 Glândula da mandíbula frontal (glândula mandibular) | 8 Glândula da mandíbula posterior |
9 Abertura da boca | 10 Glândula da faringe |
11 Cérebro12 Ocelos | |
13 Glândulas salivales | 14 Músculos torácicos |
15 Postfragma | 16 Ala frontal |
17 Ala posterior | 18 Coração |
19 Estigmas | 20 Saco aéreo |
21 Intestino médio (intestino quiloso, estômago) | 22 Válvulas cardíacas 24 Tubos de Malpighi |
23 Intestino delgado | |
25 Glândulas rectais | 26 Bolsa de excrementos |
27 Ânus | 28 Canal do ferrão |
29 Bolsa de veneno | 30 Glândulas de veneno |
31 Arcos do canal do ferrão | 32 Pequena glândula 34 Glândulas ceríferas |
33 Vesícula seminal | |
35 Gânglios abdominais | |
37 Intestino intermédio | 36 Tubo da válvula |
39 Bolsa do mel (bucho) | 38 Copa (entrada do estômago) |
40 Aorta | 41 Tubo digestivo |
42 Cordão neuronal | 43 Palpe labia |
44 Metatarso |
Abdômen e tórax
São os órgãos que contém os aparelhos: digestivo (tubo faringiano, o esôfago e o estômago ou papo); o circulatório e o respiratório (o sangue é incolor e circula com as contrações do coração, pelaaorta e pelo vaso dorsal. Há ainda os estigmas - orifícios por onde respiram os insetos.); o aparelho de reprodução masculino (os órgãos sexuais masculinos terminam na face dorsal do penúltimo anel da crosta) e o feminino (um par de ovários, um oviduto e um receptáculo seminial).[4]
Órgãos da visão
Os olhos compostos são dois grandes olhos localizados na parte lateral da cabeça. São formados por estruturas menores denominadas omatídeos, cujo número varia de acordo com a casta, sendo bem mais numerosos nos zangões do que em operárias e rainhas (Dade, 1994). Possuem função de percepção de luz, cores e movimentos. As abelhas não conseguem perceber a cor vermelha, mas podem perceber ultravioleta, azul-violeta, azul, verde, amarelo e laranja (Nogueira Couto & Couto, 2002). Os olhos compostos - um de cada lado da cabeça de superfície hexagonal, permite uma visão panorâmica dos objetos afastados, aumentando-os 60 vezes.[4][5] Os olhos simples ou ocelos são estruturas menores, em número de três, localizadas na região frontal da cabeça formando um triângulo. Não formam imagens. Têm como função detectar a intensidade luminosa.[5]
Asas
As asas são formadas por duas membranas superpostas, reforçadas por nervuras ramificadas. Os pares de trás são menores e munidos de ganchinhos, com os quais a abelha, durante o voo, prende as duas asas formando uma só.[4]
Sistema de defesa
A abelha operária (ou obreira), preocupada com sua própria sobrevivência e encarregada da proteção da colmeia como um todo, tem um ferrão na parte traseira para ataque em situações de suposto perigo. Esse ferrão tem pequenas farpas, o que impede que seja retirado com facilidade da pele humana. [6]
Quando uma abelha se sente ameaçada, ela utiliza o ferrão no animal que estiver por perto. Depois de dar a ferroada, ela tenta escapar e, por causa das farpas, a parte posterior do abdômen onde se localiza o ferrão na maioria das vezes fica presa na pele do animal e, em alguns casos, a abelha perde uma parte do intestino, morrendo logo em seguida. Já ao picar insetos, a abelha muitas vezes consegue retirar as farpas da vítima e ainda sobreviver.[6]
Os orgãos prejudicados das abelhas em caso de o ferrão ficar preso na vitima e levar orgãos juntos variam de intestino até o coração.[6] A ferroada da abelha no ser humano é muito dolorosa, e a sensação instantânea é semelhante a de levar um choque de altavoltagem. Seu ferrão é unido a um sistema venenoso que faz com que a pele da vítima inche levemente na região (cerca de 2 cm ao redor), podendo ficar avermelhada, dolorida e coçando por até dois dias.[6]
Apesar disso, o veneno (baseado em Apitoxina) não causa maiores danos. Esse veneno é produzido por uma glândula desecreção ácida e outra de secreção alcalina embutidas dentro do abdômen da abelha operária. O veneno, em concentração visível, é semi-transparente, de sabor amargo e com um forte odor. Pode ser usado eventualmente com valor terapêutico e tem alguns efeitos positivos na região em que foi injetado. O veneno pode ser também um perigo grave ou mortal em grande quantidade para quem é alérgico à sua composição.[6]
A vida das abelhas
As abelhas são insectos que vivem em sociedades homeotípicas (com distinção de funções dentro da sociedade). Elas são conhecidas há mais de 40.000 anos e as que mais se prestam para a polinização, ajudando enormemente a agricultura, produção de mel, geleia real, cera e própolis, são as abelhas pertencentes ao gênero Apis.[5]
Inseto laborioso, disciplinado, a abelha convive num sistema de extraordinária organização: em cada colmeia existem cerca de 80.000 abelhas e cada colônia é constituída por uma única rainha, cerca de 400 zangões.[5]
Abelha-rainha
A rainha é personagem central e mais importante da sociedade. Seu tamanho é quase duas vezes maior do que o das operárias, e sua única função do ponto de vista biológico é a postura de ovos e manter a ordem na colmeia usando feromonios que só ela possui. Única fêmea com capacidade de reprodução, a rainha nasce de um ovo fecundado, e é criada numa célula especial - diferente dos alvéolos hexagonais que formam os favos - uma cápsula denominada realeira, na qual é alimentada pelas operárias com a geleia real, produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios sexuais. A geleia real é o alimento único e exclusivo da abelha-rainha, durante toda sua vida. A partir do nono dia, ela já está preparada para realizar o seu voo nupcial, quando será fecundada pelos zangões. Caso apareça outra rainha na colmeia, ambas lutarão até que uma delas morra.